domingo, 19 de agosto de 2007

Direito de resposta, aniversário e Angola

Ao abrigo do direito de resposta, a filha do presidente de Angola, enviou à Sábado nº 172, através dos seus advogados, uma carta a contestar o que havia sido escrito num número desta revista. Refuta tudo e mais alguma coisa e, em abono da (sua) verdade diz que não festejou o seu aniversário com 700 convidados, mas sim com " ... 300 pessoas entre familiares e amigos ... " e que " ... nenhum deles foi formalmente convidado, pois não houve convites para a festa .... também a festa não teve porteiro à porta e muito menos segurança com metralhadoras. "

Assim, de acordo com as suas declarações, facilmente se presume que foram inúmeros os penetras! É entrar, meu povo! E penetras foram certamente as criancinhas sujas e esfomeadas das iguarias presentes, uma vez que, como diz a senhora pela pena dos seus advogados, " Angola é um país onde as pessoas convivem no dia a dia com espírito de paz. Os angolanos são pessoas caracterizadas pela sua amizade e alegria. "

Foi claramente este o espírito da aniversariante e dos seus 300 convidados sem seguranças, de barriguinha cheia e bem dispostos, lembrando a miséria, a fome e a doença do seu país.

Não consigo deixar de recordar uma aluna angolana e os seus relatos da fome que passou e viu passar, quando, neste cenário de boa disposição, os ratos e as ervas rasteiras eram o único alimento que tinham. Não consigo esquecer os relatos pungentes de um pai de um aluno que fugiu da guerra com o filho de um ano às costas, deixando para trás a mulher que, no meio daquela carnificina, não o conseguiu acompanhar e por lá ficou trucidada...

Noutra festa descrita pela Sábado, onde se diz que estiveram presentes 3 000 convidados, torna a filha do presidente de Angola, no seu legítimo direito de resposta, a negar. Não foram 3 000 não, foram só 800! Sim, porque em África, " o sentido da família alargada está fortemente presente ... "
Pois, é pena este sentido familiar não se alargar ao seu país, à irmandade, à Pátria.
Que direito de resposta tem o povo angolano?

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá cunhadinha,

Tudo bem?

Vou já adicionar o seu blog nos favoritos, ok?

Um beijinho,

Teresa

Anónimo disse...

Viva. quando estiver de vez em Lisboa, começo a escrever sobre o assunto; entretanto, a mulher do Sequeira que vai várias vezes a Angola conta-me coisas horripilantes daquele poder corrupto.
O blog está giro mas podias escolher a côr do Benfica em vez da do Porto.

Beijinhos
Mário